terça-feira, março 22, 2005

Torre de Névoa

Subi ao alto, á minha Torre esguia,
Feita de fumo, névoas e luar,
E pus-me, comovida, a conversar
Com os poetas mortos, todo o dia

Contei-lhes os meus sonhos, a alegria,
Dos versos que são meus, do meu sonhar,
E todos os poetas. A chorar,
Responderam-me então: «“Que fantasia”,

Criança doida e crente! Nós também
Tivemos ilusões, como ninguém,
E tudo nos fugiu, tudo morreu!...»

Calaram-se os poetas, tristemente…
É desde então que choro amargamente
Na minha Torre esguia junto ao céu!...
Florbela Espanca
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Não, não tem nada a ver com o meu estado de espírito hoje, Hoje sinto-me bem, leve, vestida de cor-de-rosa (acredito nas cores), cabelo solto, solta ... é como me sinto hoje. O sol quentinho faz-me bem ao espírito, e meninos bem disposto, pôem a mãe bem disposta.
Relembrei este poema, já há algum tempo que me tem vindo à memória esta Torre de Névoa, poema do qual eu gostava muito, há uns largos anos atrás ... ! E hoje encerro este poema longe da minha memória, pois só me traz lembranças, que quero que o deixem de ser ... quero fechá-las, como se tratassem do tal livro com capítulos ... este capítulo, quero rasgá-lo, não lhe dando o direito a ficar, e a ser relido, depois de novamente aberto o livro ...

1 comentário:

Miss Kinky disse...

Quanto mais se abre o livro...menos dimensão as coisas ganham...
Sua tonta...sempre foste muito tonta...