quarta-feira, julho 02, 2008

!QUE VIVA ESPANHA!

Depois de horas de visionamentos de jogos da Alemanha , o selecionador espanhol percebeu qual a táctica: ter um bom guarda – redes!
Qual 4-3-3, 4-4-2, 4-1-4-1, losango… Nada disso. Ter um guarda – redes que saísse com convicção de entre os postes era fundamental!
Percebeste, sargentão, a diferença entre guarda – redes e capoeira??

quarta-feira, junho 04, 2008

Aviso desde já ... quem tem pensamento suicidas que não leia este poema!



'Se te queres matar, por que não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria…
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por atores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fím?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente…
Talvez, acabando, comeces…
E, de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém…
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te…
Talvez peses mais durando, que deixando de durar…

A mágoa dos outros?… Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão…
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é coisa depois da qual nada acontece aos outros…
Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada…
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas…
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além…
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.

Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido…
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia…
Depois, lentamente esqueceste.

Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste.
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Encara-te a frio, e encara a frio o que somos…
Se queres matar-te, mata-te…
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência! …
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?

És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outrosSatélites da tua subjetividade objetiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?

Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?
Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente,
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células noturnamente conscientes
Pela noturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atômica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo…'


Álvaro de Campos, 24/04/1926.

quarta-feira, maio 28, 2008

É FARTAR VILANAGEM II

Acabei de ler na imprensa que Derlei, jogador do Sporting, estará a negociar o seu contrato. Ganhava, na época passada, mais de 80.000 euros mensais.
As fontes do Traga2whiskys têm de fazer uma actualização.

quarta-feira, maio 21, 2008

É FARTAR VILANAGEM!

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai pagar 700 Euros, por dia, a cada jogador da selecção. Como a campanha do Europeu de futebol são 42 dias dá um total de 29 400 euros. Se ganharmos o Campeonato, há um bolo de 5 milhões de euros para dividir.
Isto a desportistas que ganham milhões de euros/ano, e a quem a FPF paga a estadia e alimentação em hotéis de 5 (ou mais) estrelas.
Sabem quanto é o ordenado mínimo nacional?
Demagogia?
Portugal tem um Campeonato Nacional de Futebol ao nível da segunda/ terceira divisão europeia. Paga salários ao nível da Itália, Inglaterra e Espanha. Países onde se pratica futebol de primeira.
Não me lixem!
Imoralidade, é do que se trata!

segunda-feira, maio 19, 2008

GENTE FELIZ COM LÁGRIMAS

A minha geração , e a dos meus filhos, é uma geração feliz.
Há uns anos estava em Santa Apolónia. Eu e mais uns milhares: Muitos. Eufóricos. Emocionados até às lágrimas. Aguardávamos um comboio.
Nele não vinha Humberto Delgado. Esperávamos por um combatente da Liberdade. Aguardávamos Mário Soares.
Dias depois, de novo em Santa Apolónia. Eu e mais uns milhares. Muitos. Eufóricos. Emocionados até às lágrimas. Álvaro Cunhal regressava do exílio.
Era o 25 de Abril que começava a chegar.
Os meus filhos não precisam de ir para Santa Apolónia. Não precisam de esperar que a Liberdade chegue de comboio.
É uma geração ainda mais feliz.

sexta-feira, maio 16, 2008

OBVIAMENTE DEMITO-O!

Faz hoje 50 anos que Humberto Delgado chegou a Santa Apolónia/Lisboa.
Regressava do Porto, depois de uma grande manifestação de apoio ao General Sem Medo.
No Porto fora um sucesso, o regime fascista tremeu.
A dúvida era se em Lisboa a recepção teria a mesma dimensão.
“Sabia-se que Salazar mobilizara a PIDE, a Legião e outros esbirros para fazerem uma contra manifestação. Conforme o comboio se aproximava da estação, da instalação sonora ouvia-se “Salazar! Salazar! Salazar!” Era o que o General ouviu dentro da composição. Temeu-se o pior.
No entanto, mal Humberto Delgado assomou à porta da carruagem, os gritos de “Humberto” Humberto! Humberto!” calaram os contra manifestantes. Apesar disso, houve violentos confrontos entre os apoiantes de Humberto Delgado e os legionários e PIDE´s à paisana.” ( citação livre da biografia do General Sem Medo de Frederico Delgado Rosa)
O meu pai esteve lá: Um dos muitos que foi violentamente sovado. Quase inconsciente, foi atirado para debaixo do comboio. Que já tinha parado. Sabia que o que estava em causa era a Liberdade. Fê-lo a pensar nos filhos.
Hoje, se fosse vivo, estaria ao meu lado, em Santa Apolónia. Em Liberdade.

terça-feira, maio 13, 2008

AUDIÊNCIAS

O sismo na china foi de grande intensidade e provocou milhares de mortes, milhares de desaparecidos, de desalojados, um cenário propicio a mais milhares de mortes.
Deveria abrir os noticiários das televisões portuguesas. Pelo menos eu esperava que assim fosse.
Nada disso.. Futebol, futebol, futebol!
Ontem regressámos ao País dos dois efes: Fátima e futebol. Ainda falta o terceiro efe. Quanto tempo para recuperar a trilogia do Estado Novo?
A avaliar pelos critérios jornalísticos, não muito.
Lamentável!

segunda-feira, maio 12, 2008

EU CÁ SOU BOA, SOU MUITO BOA!

(ATENÇÃO: Devido a uma falha técnica este post que foi criado no dia 10 de Maio, só hoje foi publicado)

Manuela Moura Guedes dá hoje uma entrevista ao suplemento P2, do jornal Público.
É um auto elogio do principio ao fim da conversa que mantem com a jornalista que a entrevistou: No entender da senhora, é a única jornalista que consegue interpelar o poder politico, a única capaz de fazer as perguntas certas, a única que sabe as regras do jornalismo, a única capaz de fazer frente a José Sócrates, a única pivô que sabe escrever pivôs, que entre 16 de Dezembro e hoje, dia do seu regresso, o jornalismo tem sido uma lástima, a única que pode ser incómoda para o Governo, a única que soube escolher comentadores residentes, etc., etc..
Incapaz de ver para além do próprio umbigo, atira-se de forma desabrida, indelicada, aos jornalistas no seu todo, em particular aos da TVI.
Haja decoro! Que arrogância!
Que falta de respeito pelos pivõs que a substituíram!!!
Que falta de respeito pela redacção da TVI !!!

NÓS MAIS INTELIGENTE QUE EU

Nos últimos tempos tenho conversado com o Pedro, meu cunhado, sobre um negócio que tem em vista.
Trata-se de uma plataforma multimédia. Dá gosto vê-lo com um brilhozinho nos olhos (desejo-te muitas felicidades!).
Tenho feito muitas buscas sobre novas tecnologias de informação. Nos últimos dias, por força da função que exerço, foi a vários eventos onde o conceito estava em discussão. Ainda que sem profundidade, sei do que falo.
Ora, a minha geração nasceu a olhar em frente: a olhar para as televisões. A verdade é que a minha geração nasceu a olhar para DOIS canais de Televisão.
Hoje, a geração de hoje, tem centenas de canais à disposição.
Nasceu com os olhos para baixo: a olhar para o computador, para o Telemóvel, para o iPOD, iPHONE, com o MP3 nos ouvidos, a falar global. A televisão? Pois é, apesar de terem à disposição CENTENAS de canais, a televisão serve de electrodoméstico, de ambiente. E está colocada nas costas deles!.
Fantástica a evolução que as novas tecnologias sofrem. De tal modo que, para eles, o email era ontem. Hoje é a WEB2.
O Mundo está em permanente mudança de paradigma. Seja ele social, cientifico, filosófico ou politico.
O conceito de Democracia também está a mudar. A Web2 (já) é o local onde a imensa maioria exerce a sua capacidade criativa, de decisão logo de mudança. Global “Mudam-se os tempos mudam-se as vontades… o Mundo é composto de mudança” nunca as palavras do poeta foram tão assertivas, como hoje.
O conceito de “Nós” prevalece sobre o conceito de “Eu” .
A realidade não é estática. É dinâmica.

sexta-feira, maio 02, 2008

Dicionário da pequena Leonor

Bábau - Cão
Cala - Carla
Chati - Chata
Dé - Diogo
Jé - Zé
Mamãe - Mãe
Mana - Meia
Mana - Ana (educadora)
Papai - Pai
Pê - Pedro
Pei - Pé
Quél - Raquel
Tátá - Já está