Ser mulher, mãe, dona de casa e trabalhadora por conta de outrém!

Ser mulher, mãe, dona de casa e ter um emprego é difícil!

É um turbilhão de "pontas" por acertar, um turbilhão de pensamentos diários sobres todas as questões que implicam todas estas funções!

É uma mecânica, por vezes muito difícil de engatar e de engrenar!

Os pensamentos que nos ocorrem durante o dia (não interessando para o efeito o local físico onde nos encontramos), são imensos.

Ora pensamos:

- no jantar

- na roupa que ainda não secou

- na roupa que tem de ser lavada

- na roupa por estender

- nas responsabilidades que nos dão no emprego e não sabemos se teremos estofo e capacidade para aguentá-las

- nas idas com alguma frequência ao supermercado

- nas fraldas que estão a acabar

- nos medicamentos que já acabaram, e que podem ser precisos a qualquer hora

- nas contas a pagar (infantário, casa, água, luz, .......)

É uma correria diária, louca por vezes, fazendo-nos ter atitudes menos próprias de um ser civilizado.

Mas que raio! Será que não dá para por vezes deixar de correr.

Sempre gostei de atletismo, mas estou cansada de maratonas!

Já se põe o despertador para mais cedo, para que haja tempo para tudo, mas nem assim!

....

quando toca, o levantar nem dá direito a espreguiçar ....

tomar banho, vestir, tomar o pequeno almoço, pensar no que se faz para o jantar, tirar algo do congelador, se o tempo ajudar e caso seja preciso estender roupa, acordar o marido e a filha, se a filha ajudar vesti-la, fazer o leite, dar o leite, dar cereais, ... aproveitar o pequeno-almoço da filha para tomar um café, ir tirar a fralda à filha, vestir casacos e pronto lá vamos nós (uns dias correm melhor que outros, mas a vida é assim).

Entramos no carro, põe-se a filha na cadeira, e lá vamos nós. Com música sempre a acompanhar-nos.

Chegamos à escola, as despedidas por vezes difíceis fazem-nos ficar com o coração do tamanho de uma ervilha.

Seguir para o emprego, chega-se ao emprego .... e lá se vai fazendo o trabalho e a cabeça nem sempre lá está ....

pensar na filha que deixámos menos bem na escola

pensar o que se faz à hora de almoço, tenho que ir ao supermercado, tenho que ir à farmácia, tenho que ir comprar algo que faz falta à filha, ligar para Infantários para saber se há vagas para Setembro, será que posso ir almoçar descansada, será que posso ir ao cabeleireiro, tenho que pensar!

Faz-se o trabalho a correr, para conseguir sair o mais cedo possível.

Buscar a filha à escola, ir para casa.

Arrumar roupa, tratar do jantar, dar banho à filha, pôr a mesa, dar o jantar à filha, pôr roupa a lavar, estender roupa, quando chega o marido jantamos. Ver notícias, nem pensar, agora o que está a dar são filmes para crianças!

Levantar a mesa, lavar a louça, arrumar a cozinha, pensar na roupa do amanhã, pensar no jantar do amanhã. Dar uma arrumação à sala, porque brinquedos espalhados são sempre mais que muitos.

Se houver cabeça, há que estudar um pouco, ler, ver televisão. Se não, dormitar no sofá.

Ufaaaaa, que canseira!

E tempo para nós? ..... Em prol da Maratona da Vida, por vezes temos que abdicar desse tempo!

Será que faz algum sentido?

Seremos nós MULHERES, MÃES, DONAS DE CASA E TRABALHADORAS POR CONTA DE OUTRÉM compreendidas?

Não creio!

Seremos sempre as Rezingonas, as Eternas Miss Cansadas, as "Calimeras", .... etc.

Sinto-me sem forças!

A corda anda a esticar há muito tempo, aliás parece-me que se vai partir! Sabem onde se vendem (é melhor precaver-me)?