PORQUE SIM

Foi por esta razão que comecei a fumar.
Não por protesto contra o que quer que seja. Nem para pertencer a uma seita qualquer. Como se fosse um ritual iniciático. Nada disso.
Porque sim! Nem mais nem menos.
Um mero acto de socialização. O vicio permitia que os argumentos saíssem da mesma forma convicta com que saia a baforada de fumo.
Dezenas de anos depois, com o que me resta dos pulmões, cá continuo. Eu, e os meus amigos, continuamos a discutir, a argumentar, a contrapor ao ritmo de cada cigarro, de cada baforada de fumo. Não me passa pela cabeça ter de prescindir do seu convívio, para que os fundamentalistas possam respirar (?) de alivio. E fiquem com aquele ar de missão cumprida: acabámos com este vicio!.
Tenho direito ao vicio. De não resistir à tentação. Sim, é uma questão de liberdade individual!
O pior seria que TODOS estejam a aguardar que a velha máxima, que garante que Portugal é um país de brandos costumes, se cumpra. E daqui a uns meses ninguém cumpra a Lei.
Para isso, não é necessário humilhar os fumadores.