A andar é que se faz caminho

Puro. O Traga não necessita de gelo. É mesmo puro.
Ingénuo quando lhe interessa, como convém a um puro.
Deixa – se fumar tranquilamente, o sabor entranha-se, o fumo expele-se lentamente para dar tempo à conversa. O puro é mesmo assim. O Traga também.
Quando olho para ele, quando analiso o seu comportamento, quando o vejo fazer caminho andando, lembro –me de Corto Maltese. A personagem desenhada por Hugo Pratt.
Gosto do Corto, da sua liberdade, da sua coragem, dos seus (des)encontros, dos seus (des)amores, da vontade em partir, da sua utopia. De alguma maneira é uma personagem solitária.
Gosto do Traga, da sua coragem, dos seus (des)encontros, dos seus (des)amores, da vontade em desconstruir o Mundo e partir, da sua utopia. É uma personagem solitária.
Muito humana.
Com medos, receios, fantasmas, vontade, coragem, pragmatismo.
Inconsciente?
Imaturo?
So what?
Quem não foi, quem não é, que atire a primeira pedra!
Partiu em busca de novo porto.
Com um olho marejado de lágrimas e o outro cheio de determinação!
Daqui a uns dias veremos que o Targa está por aqui com a sua ironia, vontade de mudar o Mundo e nos lixar a cabeça.
Candy, traz o whisky;
Bolinhas, traz a champagne para nos divertirmos;
Janeca e Lala tragam o vosso perfume;
eu trago o Habano. O puro.
O Traga está a chegar.